Produzir um leite de qualidade deve ser o objetivo de todo produtor, pois além de possibilitar maior rentabilidade junto aos laticínios, o consumidor final espera um produto agradável, fresco, limpo e seguro.
Já falamos aqui no blog de diversas ações que, se implementadas na fazenda, podem melhorar muito a qualidade do leite. Neste artigo, vamos abordar sobre a importância de criar e implementar uma rotina de ordenha que siga procedimentos específicos, visando a produção de um leite de qualidade.
Importante ressaltar que, como o nome já diz, essas práticas devem ser rotina, ou seja, devem ser repetidas sistematicamente e não aplicadas vez ou outra.
Em resumo, a rotina de ordenha para produção de um leite de qualidade é:
- Higienizar os equipamentos e local da ordenha
- Conduzir as vacas gentilmente
- Fazer o teste da caneca em todas as vacas
- Realizar o pré-dipping
- Se atentar à colocação das teteiras
- Fazer o pós-dipping
- Conduzir a saída dos animais com cuidado
Confira agora detalhes de cada etapa da rotina de ordenha.
Higienize os equipamentos e o local da ordenha
A rotina de ordenha começa por aqui. Antes de conduzir as vacas, é importante garantir a correta higienização dos ambientes e maquinários. Sempre use água potável e aquecida para limpeza dos equipamentos.
Tenha atenção à condução das vacas
A condução dos animais deve ser feita com calma, de preferência no mesmo horário e pela mesma pessoa, sem agressão, gritos, correria ou movimentos bruscos. O ideal é fazer com que as vacas vão até o local de ordenha naturalmente. Estimule-as com palmas, assovios e sempre mantenha um ritmo tranquilo.
Além disso, garanta que tanto a sala de espera como a de ordenha estejam em perfeitas condições de higiene, e que haja espaço para as vacas descansarem e ficarem à vontade.
Estudos já mostraram que o bem-estar dos animais impacta diretamente na produção do leite, por isso, deixe suas vacas felizes!
Faça o teste da caneca em todas as vacas
Uma das grandes preocupações do produtor de leite é a mastite, a inflamação da glândula mamária, geralmente causada por alguma infecção por microrganismos, ou lesões físicas e químicas.
A mastite causa preocupação e tira o sono de produtores, pois pode acarretar prejuízo econômico, como o descarte das vacas ou do leite, perda na qualidade do produto, gasto com assistência técnica e veterinária, além da redução da produção.
E para evitar a ordenha de um leite impróprio, ou até para ajudar na identificação do animal enfermo, todas as vacas devem passar pelo teste da caneca com fundo preto, com os 3 primeiros jatos de leite sendo observados pelo ordenhador, identificando qualquer alteração.
Os animais com mastite devem ser ordenhados por último para evitar a transmissão de bactérias ao rebanho. Após isso, deve-se iniciar o tratamento da doença seguindo o protocolo correto, além da segregação e descarte do leite durante esse período até a carência do antibiótico.
Realize o pré-dipping de forma correta
Ainda na preparação para a ordenha, o pré-dipping é essencial neste protocolo, afinal a higiene do animal é um fator preponderante na qualidade do leite, ajudando a reduzir os índices de CSS (Contagem de Células Somáticas) e CPP (Contagem Padrão em Placas), antiga CBT (Contagem Bacteriana Total).
Portanto, fazer a desinfecção dos tetos antes da ordenha reduz a incidência de infecções, além de evitar a contaminação do leite. Confira como fazer isso da forma correta.
- Aposte em um antisséptico de qualidade;
- Garanta que os tetos não estejam sujos quando chegarem para a ordenha;
- Aplique o produto por todo o teto, cobrindo o máximo possível;
- Deixe o antisséptico agir entre 15 e 30 segundos;
- Seque os tetos completamente com folhas de papel toalha, preferencialmente usando uma folha por teto.
Se atente à colocação e retirada correta das teteiras
Após esses passos, a ordenha deve ser rápida e completa, para otimizar a saída do leite. E para isso, a teteira deve ser colocada corretamente. Ajuste de uma maneira que evite o deslizamento e a entrada de ar.
A queda do instrumento pode provocar o fluxo inverso do leite e sujar as glândulas mamárias. Já a entrada de ar permite a flutuação de vácuo, lesionando os tetos do animal.
Após a extração completa do leite, a retirada das teteiras deve ser feita também com cautela, evitando principalmente a sobreordenha – ordenha a pleno vácuo, sem o fluxo de leite que pode causar lesões. Para evitar isso, certifique-se de fechar o registro antes de tirar o equipamento.
Outro ponto que não deve ser feito é colocar peso ou pressionar as teteiras para baixo, já que isso também pode lesionar os animais.
Após a retirada, seque os tetos novamente utilizando as toalhas de papel, preferencialmente uma para cada teto, para evitar que, caso um dos tetos esteja com mastite, infecte os demais.
Não esqueça do pós-dipping
Outra medida de prevenção essencial contra doenças como a mastite é o pós-dipping. Para isso, execute os mesmos passos do pré-dipping, desinfectando os tetos com produtos adequados que ajudam a proteger o úbere após a ordenha.
Controle da saída das vacas
A saída das vacas também deve ser feita de maneira calma e segura, com respeito, sem agressão e em tom ameno. Quanto maior for o cuidado no manejo do rebanho, melhor será o produto final, com a produção de um leite de muita qualidade.
É importante também disponibilizar comida no cocho, para evitar que as vacas se deitem, o que pode provocar contaminação do úbere.
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